Spiga

E Pam!! A montanha pariu um rato....


Depois de todo o hype criado em volta deste filme e sem fazer por isso lá acabei por ver o primeira longa-metragem da saga de Dragon Ball, de nome Dragon Ball Evolution.

Foi em amena cavaqueira e sem nada que o fizesse prever que acabei por assistir à evolução de Goku passado mais de uma década. No entanto isso depressa se revelou uma má escolha, uma vez que apesar de toda a disposição inicial com que comecei depressa perdi o entusiasmo quando minuto após minuto tudo se tornava um enorme contra-censo, com uma acção arrastada e sofrida constatando-se que esta passagem da personagem de Goku para as pessoas de carne e osso se torna completamente descabida, por vezes a roçar o ridículo levando-nos à gargalhada (não pelos melhores motivos). Ora, logo para começar parece-me uma mistura de American Pie com Scary Movie, a mostrar um Goku jovem a ser enxovalhado pelos seus pares de liceu que com os seus carros "à lá velocidade furiosa" aterrorizam este adolescente com cara de parvo e trapalhão, que têm de lutar contra si mesmo para não "explodir" de raiva e libertar a sua força inimaginável.
Na minha modesta opinião, o filme peca por falta de timming o que o torna aborrecido e sem força, como quando se tenta fazer comédia (até porque esse era um dos pontos fortes do original) acaba por se tornar ridícula de tão "animada" que tenta ser, ao contrário das vezes que se perde uma boa punch line porque se está mais preocupado com os efeitos especiais demasiado presentes.
Serei só eu ou os filmes de estreia baseados em desenhos animados, ou mesmo jogos de computador tornam-se mais eficazes quando nos introduzem-nos a personagem através de um conflito eminente, sem se preocuparem com o seu passado ou se a mesma foi criada a pão e água por um velho ancião mestre na arte da luta desarmada, deixando essa parte para uma possível sequela, ou como se diz agora, as "Origins", enfim.
Quando vejo um filme baseado numa série animada que gostei na minha adolescência, quero ver parecenças, o que neste caso não acontece, sendo o maior exemplo o de Tartaruga Genial, o mestre que dá os ensinamentos a Goku enquanto se baba em frente a Bulma, embora aqui não passe de um quarentão de camisa havaiana com aspecto de chefe de família que foi dispensado da empresa onde trabalhava com uma indemnização milionária, mesmo que a certa altura tente ser um alarve comparável ao original o que o faz ainda mais descabido de contexto.
Para o final deixo o mau da fita, Cell como o conhecia (na foto), um ser verde e mau como as cobras capaz de acabar com o Planeta só porque nessa manhã acordou ao som do Nuno Guerreiro a cantar na rádio (não o censuro!, porque eu também fico com vontade de aniquilar toda a raça humana e não tenho super-poderes), que nesta versão não é nada mais nada menos do que uma espécie de Spok/Monge Shaolin verde com uma voz de trovão que quando aparece deixa tudo negro e envolto em trevas, o que para quem conhece o original se torna no mínimo bizarro.
E assim me despeço com o pedido de que se encontrarem as bolas do dragão peçam para que a sequela seja um pouco melhor, ou então não...

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