Spiga

2009 ou ???


Se há coisa a qual sempre achei piada, é o facto do povo Chinês dar um nome de uma animal a cada ano, nem sei bem como é que aquilo se processa se é de x em x anos, se é todos os anos, mas sempre gostei da ideia, para quê termos de olhar para um numero, que vai crescendo, sempre, cada vez mais e que nos lembra que ano após ano estamos a ficar mais velhos, quando podemos dizer apenas que estamos no ano do porco ou do galo, assim como assim isto sempre é o ano da bicharada, coisa que eles já descobriram, mas que nós ainda tentamos negar vai para uma catrefada de milhares de meses .
O motivo que me leva a escrever estas linhas tão próximo da chegada do novo ano, é o de propor que passemos a utilizar o exemplo milenar Chinês, devidamente actualizado ao nosso País, ou seja, um nome de animal a cada dois anos para nos guiar no nosso calendário. Para tal, acho que SANGUESSUGA, deveria ser o nome do novo ano Português, até pode parecer descabido mas se vermos bem é o exemplo perfeito do País que hoje habitamos, ora vejamos, é um bicho que ninguém ou poucos gostam, provoca asco, que suga o mais que pode ao animal mais fraco e indefeso cuja a única coisa que pode fazer é gritar enquanto vê a sua vida caminhar para trás numa espiral de sofrimento sem fim á vista, que por mais que tente e tenha mérito nunca conseguirá ser a tão ambicionada sanguessuga que continua a reinar sem que nada nem ninguém a possa impedir.
Aceitam-se sugestões...

Entretanto desejo-vos um óptimo 2009, e que cumpram todas aquelas promessas, deixar de fumar, deixar de beber, fazer exercício, paz no mundo e que acabe a guerra (desejo de miss), etc, enfim, o que quer que seja que nós prometemos nesta altura, apenas porque um numero mudou...

122


122. Este é o numero de queixas apresentadas contra uma peça humoristica realizada pelos Gato Fedorento, no programa Zé Carlos, e que ainda bem, foram recusadas pela ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Pelos vistos 122 pessoas e acredito que mais algumas, viram no sketch sobre a adminitração Sócrates, e mais concretamente sobre o alarido criado em volta do computador Magalhães, na qual foi utilizada uma missa onde se rezava e se prestava homenagem ao computador, como forma de satirizar a situação - mas que mal tem isso ? - , perguntam alguns . Pois tem , mal, claro que tem mal, mas acham que gozar com a IGREJA tem alguma coisa de engraçado, tudo bem, as pidas até podem ser boas, mas numa IGREJA, isso não se admite.

Esta é realmente uma amostra perfeita do que é o nosso País, do que é a nossa gente, já aqui falei varias vazes e vou fazê-lo uma vez mais. Nós temos um grande complexo, que nos atrasa em várias coisas, é digamos que, o nosso bicho papão enquanto lusitanos, que nos foi presentedo e deixado desde tempos antigos, e que é o facto de nos querermos mostrar como um País evoluido, moderno e “simplex” que faz e está na linha da frente da Europa, pelos menos em algumas coisas, porque em relação a outras continuamos a ser muito “velhinhos e pequeninos”, porque “é mesmo assim ...”.

Se nos apresentam uma reportagem em que se explora a desgraça e degredo humanos, tudo bem, são os outros, nós vemos sim senhor, até comentamos, ficamos comovidos, tudo bem, mas se “gozam”, com a IGREJA, temos porras!! Ai, Ai.


Sleeveface

Este é o novo conceito, que promete ajudar ao revivalismo dos vinis que estavam dentro de uma caixa empoeirada no sotão. Dá pelo nome de SLEEVEFACE, e é a combinação das antigas sleeves dos discos de vinil e o seu ouvinte numa fotografia onde esses dois elementos se juntam para dar lugar a uma nova forma de criação como se os dois fizessem parte da mesma pessoa.

Como não podia deixar de ser o reporter-espião, junta-se a este movimento, aqui a utilizar a capa do ultimo trabalho dos portugueses Dead Combo - Guitar for Nothing.

OS PONTOS NEGROS - Dia 19 BEJA

Chinese Democracy

Ao ouvir este álbum só posso concluir uma coisa, que fazer um álbum depois de 14 anos é diferente de fazer um álbum durante 14 anos, e foi no segundo que Axl Rose se deixou cair, arrastando durante tanto tempo uma obra que realmente era inovadora, cerebral e complexa, mas que se tornou demasiado datada.

Lembro-me que da primeira vez que os ouvi fiquei siderado com aqueles riffs saídos de uma guitarra que "cantava" ao lado de uma voz esganiçada, ao ser dedilhada por um dos mais virtuosos guitarristas contemporâneos, lembro-me de ver vezes sem conta o vídeo de sweet child o´ mine, de ter as minhas preciosas cassetes com os Ilusion guardadas a sete chaves, e que foi Appetite for Destruction, o primeiro cd que comprei e que até hoje é daqueles que sei onde está, portanto sinto-me bastante a vontade para comentar um álbum que chega 14 anos depois da sua data anunciada.

Tenho o álbum desde que saiu, fiz a pré-ordem e esperei para ouvir o que realmente Axl teria para dizer, mas adiei até agora fazer uma critica, pois aquilo que penso ser uma obra que não é definitivamente fora do som emanado pela banda Californiana nas décadas de 80 e 90, sem nenhuma duvida que se sente som á Guns, pois desde logo em Chinese Democracy, se sente um som moderno e com garra, mas que infelizmente se vai desvanecendo ao longo de toda a obra, levando-nos vezes demais a pensar: ”eu já ouvi isto, há é....”, o que poderia ter sido evitado se o ego não fosse tão grande para acabar com as picardias e zangas que só as estrelas de rock sabem tão bem fazer.

Resumindo, fiquei agradado com a saída finalmente de uma álbum prometido à mais de uma década, que não desilude e que mostra a evolução de uma banda que muitos querem à força enterrar.

Mas lixa-me, saber que esta obra poderia ter sido um marco na carreira de uma banda e no som de uma época, bastando para isso ter sido lançado na altura certa.

Porra pá....

Gestão de topo e Monopólio


Tenho cá para mim que as reuniões financeiras de muitos bancos e empresas do nosso País são feitas recorrendo a uma ferramenta matemática altamente inovadora e que nos permite fazer operações financeiras de maneira segura e com elevado investimento.
Falo, claro está, do MONOPÓLIO, cá para mim todas as grandes empresas têm lá numa estante no armário das vassouras uma edição privada deste jogo especialmente concebida para gestores de topo. Se vermos bem, o monopólio pode ser uma espécie de preparação empresarial que poderá dar imenso jeito na idade adulta de um empresário respeitado que acumula funções de empresas de grande gabarito. As semelhanças são incríveis, senão vejamos, temos a compra e venda de bens sem qualquer entidade reguladora e que vão desde o sector imobiliário até ao energético e de transportes, tudo isto por quantias altas e com a banca totalmente controlada, uma vez que somos nós ou um amigo nosso que na maioria das vezes também é jogador, que detêm o controlo do capital. Outro aspecto parecido com o dos dias de hoje é o facto de regermos as compras por cores (que poderia ser qualquer outro critério, como parece acontecer hoje em dia), sendo que a que mais está em voga nos dias que correm, é a possibilidade de se ir parar à cadeia, e até aqui existem semelhanças, pois pode-se negociar a carta que nos permite sair pela porta grande e ainda continuar a ganhar dinheiro sem que nada nem ninguém nos julgue por isso (que visionário que Charles Darrow era!).
O que Charles não previu, foi a possibilidade de adicionar pêgas do Leste Europeu pedidas por encomenda, e trazidas no avião da empresa, que talvez seja uma das novidades da próxima edição, pensem nisso senhores empresários de renome.
Pensem nisso...

Vai um joginho ?

Um Mundo Catita

AVISO

Este post contém linguagem ou cenas susceptíveis de ferir a sensibilidade dos leitores.

Não fosse o feriado, e provavelmente não estaria aqui a escrever este post sobre este assunto em particular, uma espécie de conto de natal tal como o protagonista o apresenta. Falo de UM MUNDO CATITA, série portuguesa a passar na RTP 2, por volta da meia-noite! é estranho fazerem isto, e depois queixarem-se que não teve a audiência que merecia. Uma série feita no nosso País, à qual devíamos dar destaque e passar a horas decentes, é relegada para a meia noite, provavelmente porque, e tal como é anuncia tem “...linguagem ou cenas susceptíveis de ferir a sensibilidade dos espectadores”, deve ser uma coisa só nossa, querendo desde já deixar bem claro que compreendo a posição da RTP 2, que ao ser um canal Estatal tem de resguardar a sua posição, até porque verdade seja dita, é dos que mais contribui para que a cultura portuguesa e não só, chegue a quem não a pode presenciar em primeira mão.

Se uma série é portuguesa e tem uns “foda-se”, uns “merda” ou uns “caralho” é considerada provavelmente chocante (até parece que ninguém fala assim), em contraponto com os “fucks”, os “shits” ou os “motherfuckers”, que são proferidos quase com a mesma cadência dos tiros e das explosões presentes em alguns filmes de domingo á tarde, só que como são em “estrangeiro”, até parecem poesia. Não se percebe porque é que isto acontece, talvez porque apesar de já terem passado muitos anos (não vivi nesse tempo, mas pelo que me contam), ainda exista essa enorme instituição que é, “o respeitinho é muito bonito”, a qual continua tão grande ou maior do que era, levando-nos, mesmo que de forma inconsciente, a uma hipócrisia extrema.

Agora que já libertei a minha indignação, apresento-vos:

UM MUNDO CATITA, é uma série protagonizada pelo “candidato” Manuel João Vieira, onde se mostra a vida de um músico quarentão, que atravessa uma crise existencial enquanto tenta ser mais e melhor com todos aqueles que o rodeiam, onde podemos sentir um pouco daquilo que é levar um estilo de vida Rock n´ Roll á portuguesa, um ideia criativa e com qualidade que merecia ser tratada de outra maneira pelos "nossos senhores" da televisão.

Se tiverem vida para isso, é bastante recomendável. É para ver aos domingos, por volta da meia-noite na RTP 2.