Spiga

2009 ou ???


Se há coisa a qual sempre achei piada, é o facto do povo Chinês dar um nome de uma animal a cada ano, nem sei bem como é que aquilo se processa se é de x em x anos, se é todos os anos, mas sempre gostei da ideia, para quê termos de olhar para um numero, que vai crescendo, sempre, cada vez mais e que nos lembra que ano após ano estamos a ficar mais velhos, quando podemos dizer apenas que estamos no ano do porco ou do galo, assim como assim isto sempre é o ano da bicharada, coisa que eles já descobriram, mas que nós ainda tentamos negar vai para uma catrefada de milhares de meses .
O motivo que me leva a escrever estas linhas tão próximo da chegada do novo ano, é o de propor que passemos a utilizar o exemplo milenar Chinês, devidamente actualizado ao nosso País, ou seja, um nome de animal a cada dois anos para nos guiar no nosso calendário. Para tal, acho que SANGUESSUGA, deveria ser o nome do novo ano Português, até pode parecer descabido mas se vermos bem é o exemplo perfeito do País que hoje habitamos, ora vejamos, é um bicho que ninguém ou poucos gostam, provoca asco, que suga o mais que pode ao animal mais fraco e indefeso cuja a única coisa que pode fazer é gritar enquanto vê a sua vida caminhar para trás numa espiral de sofrimento sem fim á vista, que por mais que tente e tenha mérito nunca conseguirá ser a tão ambicionada sanguessuga que continua a reinar sem que nada nem ninguém a possa impedir.
Aceitam-se sugestões...

Entretanto desejo-vos um óptimo 2009, e que cumpram todas aquelas promessas, deixar de fumar, deixar de beber, fazer exercício, paz no mundo e que acabe a guerra (desejo de miss), etc, enfim, o que quer que seja que nós prometemos nesta altura, apenas porque um numero mudou...

122


122. Este é o numero de queixas apresentadas contra uma peça humoristica realizada pelos Gato Fedorento, no programa Zé Carlos, e que ainda bem, foram recusadas pela ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Pelos vistos 122 pessoas e acredito que mais algumas, viram no sketch sobre a adminitração Sócrates, e mais concretamente sobre o alarido criado em volta do computador Magalhães, na qual foi utilizada uma missa onde se rezava e se prestava homenagem ao computador, como forma de satirizar a situação - mas que mal tem isso ? - , perguntam alguns . Pois tem , mal, claro que tem mal, mas acham que gozar com a IGREJA tem alguma coisa de engraçado, tudo bem, as pidas até podem ser boas, mas numa IGREJA, isso não se admite.

Esta é realmente uma amostra perfeita do que é o nosso País, do que é a nossa gente, já aqui falei varias vazes e vou fazê-lo uma vez mais. Nós temos um grande complexo, que nos atrasa em várias coisas, é digamos que, o nosso bicho papão enquanto lusitanos, que nos foi presentedo e deixado desde tempos antigos, e que é o facto de nos querermos mostrar como um País evoluido, moderno e “simplex” que faz e está na linha da frente da Europa, pelos menos em algumas coisas, porque em relação a outras continuamos a ser muito “velhinhos e pequeninos”, porque “é mesmo assim ...”.

Se nos apresentam uma reportagem em que se explora a desgraça e degredo humanos, tudo bem, são os outros, nós vemos sim senhor, até comentamos, ficamos comovidos, tudo bem, mas se “gozam”, com a IGREJA, temos porras!! Ai, Ai.


Sleeveface

Este é o novo conceito, que promete ajudar ao revivalismo dos vinis que estavam dentro de uma caixa empoeirada no sotão. Dá pelo nome de SLEEVEFACE, e é a combinação das antigas sleeves dos discos de vinil e o seu ouvinte numa fotografia onde esses dois elementos se juntam para dar lugar a uma nova forma de criação como se os dois fizessem parte da mesma pessoa.

Como não podia deixar de ser o reporter-espião, junta-se a este movimento, aqui a utilizar a capa do ultimo trabalho dos portugueses Dead Combo - Guitar for Nothing.

OS PONTOS NEGROS - Dia 19 BEJA

Chinese Democracy

Ao ouvir este álbum só posso concluir uma coisa, que fazer um álbum depois de 14 anos é diferente de fazer um álbum durante 14 anos, e foi no segundo que Axl Rose se deixou cair, arrastando durante tanto tempo uma obra que realmente era inovadora, cerebral e complexa, mas que se tornou demasiado datada.

Lembro-me que da primeira vez que os ouvi fiquei siderado com aqueles riffs saídos de uma guitarra que "cantava" ao lado de uma voz esganiçada, ao ser dedilhada por um dos mais virtuosos guitarristas contemporâneos, lembro-me de ver vezes sem conta o vídeo de sweet child o´ mine, de ter as minhas preciosas cassetes com os Ilusion guardadas a sete chaves, e que foi Appetite for Destruction, o primeiro cd que comprei e que até hoje é daqueles que sei onde está, portanto sinto-me bastante a vontade para comentar um álbum que chega 14 anos depois da sua data anunciada.

Tenho o álbum desde que saiu, fiz a pré-ordem e esperei para ouvir o que realmente Axl teria para dizer, mas adiei até agora fazer uma critica, pois aquilo que penso ser uma obra que não é definitivamente fora do som emanado pela banda Californiana nas décadas de 80 e 90, sem nenhuma duvida que se sente som á Guns, pois desde logo em Chinese Democracy, se sente um som moderno e com garra, mas que infelizmente se vai desvanecendo ao longo de toda a obra, levando-nos vezes demais a pensar: ”eu já ouvi isto, há é....”, o que poderia ter sido evitado se o ego não fosse tão grande para acabar com as picardias e zangas que só as estrelas de rock sabem tão bem fazer.

Resumindo, fiquei agradado com a saída finalmente de uma álbum prometido à mais de uma década, que não desilude e que mostra a evolução de uma banda que muitos querem à força enterrar.

Mas lixa-me, saber que esta obra poderia ter sido um marco na carreira de uma banda e no som de uma época, bastando para isso ter sido lançado na altura certa.

Porra pá....

Gestão de topo e Monopólio


Tenho cá para mim que as reuniões financeiras de muitos bancos e empresas do nosso País são feitas recorrendo a uma ferramenta matemática altamente inovadora e que nos permite fazer operações financeiras de maneira segura e com elevado investimento.
Falo, claro está, do MONOPÓLIO, cá para mim todas as grandes empresas têm lá numa estante no armário das vassouras uma edição privada deste jogo especialmente concebida para gestores de topo. Se vermos bem, o monopólio pode ser uma espécie de preparação empresarial que poderá dar imenso jeito na idade adulta de um empresário respeitado que acumula funções de empresas de grande gabarito. As semelhanças são incríveis, senão vejamos, temos a compra e venda de bens sem qualquer entidade reguladora e que vão desde o sector imobiliário até ao energético e de transportes, tudo isto por quantias altas e com a banca totalmente controlada, uma vez que somos nós ou um amigo nosso que na maioria das vezes também é jogador, que detêm o controlo do capital. Outro aspecto parecido com o dos dias de hoje é o facto de regermos as compras por cores (que poderia ser qualquer outro critério, como parece acontecer hoje em dia), sendo que a que mais está em voga nos dias que correm, é a possibilidade de se ir parar à cadeia, e até aqui existem semelhanças, pois pode-se negociar a carta que nos permite sair pela porta grande e ainda continuar a ganhar dinheiro sem que nada nem ninguém nos julgue por isso (que visionário que Charles Darrow era!).
O que Charles não previu, foi a possibilidade de adicionar pêgas do Leste Europeu pedidas por encomenda, e trazidas no avião da empresa, que talvez seja uma das novidades da próxima edição, pensem nisso senhores empresários de renome.
Pensem nisso...

Vai um joginho ?

Um Mundo Catita

AVISO

Este post contém linguagem ou cenas susceptíveis de ferir a sensibilidade dos leitores.

Não fosse o feriado, e provavelmente não estaria aqui a escrever este post sobre este assunto em particular, uma espécie de conto de natal tal como o protagonista o apresenta. Falo de UM MUNDO CATITA, série portuguesa a passar na RTP 2, por volta da meia-noite! é estranho fazerem isto, e depois queixarem-se que não teve a audiência que merecia. Uma série feita no nosso País, à qual devíamos dar destaque e passar a horas decentes, é relegada para a meia noite, provavelmente porque, e tal como é anuncia tem “...linguagem ou cenas susceptíveis de ferir a sensibilidade dos espectadores”, deve ser uma coisa só nossa, querendo desde já deixar bem claro que compreendo a posição da RTP 2, que ao ser um canal Estatal tem de resguardar a sua posição, até porque verdade seja dita, é dos que mais contribui para que a cultura portuguesa e não só, chegue a quem não a pode presenciar em primeira mão.

Se uma série é portuguesa e tem uns “foda-se”, uns “merda” ou uns “caralho” é considerada provavelmente chocante (até parece que ninguém fala assim), em contraponto com os “fucks”, os “shits” ou os “motherfuckers”, que são proferidos quase com a mesma cadência dos tiros e das explosões presentes em alguns filmes de domingo á tarde, só que como são em “estrangeiro”, até parecem poesia. Não se percebe porque é que isto acontece, talvez porque apesar de já terem passado muitos anos (não vivi nesse tempo, mas pelo que me contam), ainda exista essa enorme instituição que é, “o respeitinho é muito bonito”, a qual continua tão grande ou maior do que era, levando-nos, mesmo que de forma inconsciente, a uma hipócrisia extrema.

Agora que já libertei a minha indignação, apresento-vos:

UM MUNDO CATITA, é uma série protagonizada pelo “candidato” Manuel João Vieira, onde se mostra a vida de um músico quarentão, que atravessa uma crise existencial enquanto tenta ser mais e melhor com todos aqueles que o rodeiam, onde podemos sentir um pouco daquilo que é levar um estilo de vida Rock n´ Roll á portuguesa, um ideia criativa e com qualidade que merecia ser tratada de outra maneira pelos "nossos senhores" da televisão.

Se tiverem vida para isso, é bastante recomendável. É para ver aos domingos, por volta da meia-noite na RTP 2.


Chão de Cante


Este é um projecto que tenho levado a cabo com uns amigos, que tem como objectivo a mostra de uma das tradições mais antigas e mais condenadas ao desaparecimento no nosso Alentejo, principalmente dos concelhos de Ourique, Castro Verde, Almodôvar e Odemira, que é o Cante ao Baldão.

O que vamos tentar fazer é um documentário onde tentaremos traçar um quadro sociocultural desta maneira única e original de cantar ao som da viola campaniça, de onde saiem versos que jamais serão repetidos.



Tudo em:

www.chaodecante.blogspot.com

Os maganos em filmagens



Vida de Piloto! - A Carta

No outro dia, depois de receber mais uma encomenda, pensei: realmente, deve ser das poucas coisas em que tenho sorte, NUNCA me perderam uma encomenda pelo caminho, nem ficou retida na alfândega por ter sido considerada “material suspeito”, como tanto pessoal se queixa. Por um lado é porreiro, já que quando tudo corre bem, tudo está bem, mas por outro lado, leva-me a pensar: mas porque raio é que isso acontecerá? O material que mando vir não é suficientemente “agressivo” e capaz que fazer estragos? Mas que porra... Uma caixa de dvd desde que bem arremessada, ainda é coisa para quase vazar uma vista a alguém. Mas temos aqui meninos ou quê!

Aproveito para assim, agradecer a todos os profissionais na longa linha de distribuição de correspondência que tão bem me têm servido ao longo dos anos, cuidando das minhas encomendas como se fossem suas. O meu sincero obrigado e que continuem o bom trabalho por muito tempo.

Posto isto, vamos á outra face deste sistema, aquele que mais me tem deixado “agarrado”, falo pois, desse sorvedouro de cartas que se chama, correio interno.

Isto para explicar que, no meu dia-a-dia envio correio para várias empresas nacionais, empresas respeitadas, com grandes gestores e milhares de funcionários, a única coisa que parece falhar apesar de tudo isso é o sistema de correio interno. E porquê!?

Aquele que todos nós vemos nos filmes, representado por um tipo a empurrar um carrinho cheio de envelopes de todas as qualidades e feitios (já agora, que me lembre, nunca vi uma mulher nesse papel, será que ás há? Ou é requisito principal para lidar com pedaços de papel dobrado com nomes escritos e códigos, ser homem?), que pachorrentamente distribui as cartas e dá os bons dias aos colegas, e que até parece ser um tipo de bem com a vida, sem problemas e a fazê-lo por gosto.

Ou não será bem assim, será que debaixo daquela capa de jovial, brincalhão e bem-disposto, está um homem recalcado, com os nervos em franja, que não pode ver mais correio à frente, que tem vontade de um dia acabar com aquilo tudo e dar por finalizado o reinado que lhe sugou a vida por tantos e tantos anos, enquanto outros apenas têm de ler o que lhe é devido sem preocupações, sem se terem de preocupar se seria para A ou B, se era para enviar ou para distribuir, se era para entregar na hora ou podia ir pela via normal, ele tem de ter atenção a tudo isso, enquanto olha para a próxima pilha que entretanto já se formou, ao sabor do quadragésimo-quarto cigarro da manhã.

Aqui há uns dias enviei uma carta da qual tenho a prova que foi entregue poucos dias depois de ser expedida (cá está, os funcionários dos CTT fizeram bem o seu trabalho), mas que até agora e já lá vão quase dez dias, se encontra em sítio incerto, ao que me respondem “ser normal”.

É normal para eles, que já sabem que dois dias por mês o Zé Augusto da correspondência se passa e faz uma enorme fogueira na cave com as cartas, de certo para aquecer os pés, que isto tá um frio que não se pode...


O Programa do Aleixo

São esta criatura com ar enjorcado de nome Bruno Aleixo, e o seu amigo Busto (é mesmo um busto de napoleão), os responsáveis pelo programa O PROGRAMA DO ALEIXO, a nova aposta de comédia da sic radical.
Quando pela primeira vez vi este Bruno Aleixo num vídeo em que conversava com Nuno Markl à mesa de um restaurante, não lhe senti grande graça, e quando soube que se havia tornado num programa, fique curioso por saber como conseguiriam fazer meia hora com uma criatura que mal se mexe, de maneira cómica e ritmada. Mas como sem ver não se “deve” criticar, lá gravei o primeiro programa deste castor entanguido e seu pálido amigo, podendo por isso agora fundamentar a minha opinião. O facto é que uma ideia que á partida estaria condenada a não ter graça, pelas suas componentes até demasiado inovadoras, se transforma numa maneira de fazer comédia divertida, mordaz e despreocupada, com uma marmota, (podemos chamar-lhe o que quisermos, pois com uma aparência daquelas até por cão de agua passava), que relata os assuntos de uma forma bastante peculiar com aquele ar de velho resmungão e com pouca paciência para aceitar ou considerar as opiniões dos outros, que por mais que sejam fundamentadas e verdadeiras terão sempre uma resposta á altura, como a jogatina que fazem de Street Fighter II, na qual Bruno, que depois de uma discussão sobre qual o personagem que escolheria, pondo em causa a masculinidade de algumas, se lança num combate sem um único murro do qual afirma ser vencedor, levando Busto ao desespero.
Em suma, posso afirmar que me pôs a rir por gosto, á medida que as rubricas de sucediam , algumas delas autenticas maravilhas, sendo que a revista de imprensa, a opinião civil (onde as chamadas parecem não durar mais de uns segundos, ou mais do que uma opinião contrária á do apresentador), e a entrevista ao escritor português José Luís Peixoto, foram as que mais se destacaram. Humor a ter em conta, e o que muito me alegra, em Português.

Vejam isto, mas com muita cautela.



DUDEISM


Numa das minhas voltas pela amazon lá comprei mais um item para a colecção, um livro do filme THE BIG LEBOSWKI, que conta com alguns comentários dos realizadores e com o script integral do filme.

Este é um filme que sempre tive a sensação que era coisa para não se ficar só por ali, que aqueles minutos representavam mais qualquer coisa, embora não conseguindo definir o quê, saiba que estava perante uma obra única.

O que de facto se veio a confirmar quando descobri, com algum espanto, um culto criado á volta de DUDE, criado por alguns dos fãs mais acérrimos, o DUDEISM, que prega uma vida de peace and love, tal e qual a que El Duderino vivia. Intriga-me como é que alguém ficou tão apanhado pelo filme que não só o viu vezes sem conta, como acabou por fazer dele a sua vida, criando um culto que segundo o autor se perde nos tempos, com direito ao seu próprio jornal, um manifesto e para quem quiser, a oportunidade de se tornar um Dudiest Priest.

Nas palavras do próprio “just take it easy, man.”


THE DUDEISM

Não que não dá...!

6-2

Em primeiro lugar, gostaria de vos falar deste livro que comprei em segunda mão á tempos na amazon inglesa. Dá pelo nome de Seinfeld Scripts – The First & Second Seasons, um item bastante valioso para quem é fã como eu da série que revolucionou a comédia da década de noventa com o seu humor de observação, através das palavras de Jerry Seinfled e amigos. Nesta obra encontramos as palavras por ele escritas, com a ajuda do seu amigo Larry David, onde podemos perceber como os dois conseguiram criar um universo tão grande e tão simplesmente genial á volta de, um comediante, da sua ex-namorada, do seu melhor amigo e do vizinho tresloucado. A maneira como se faz uma piada a partir um assunto tão normal como, usar ou não um casaco caro num dia de neve, fazendo com que dependa disso as vidas daqueles que estão envolvidos.

Foi imbuído por esse espírito e depois de um jantar bastante animado com uns amigos que decidi tentar escrever o meu próprio script, sem nunca tentar sequer chegar aos calcanhares daqueles que são na minha opinião os criadores da comédia televisiva moderna.

Passo então a apresentar a minha obra de tributo, sobre, televisão, casamento, fiscalidade e máfia, á qual dei o nome de THE PROVIDER.
Seinfeld - The Provider
Get your own at Scribd or explore others:

3 Pérolas






Os Maganos na Ilha

Os Maganos na Cidade

Vida de Piloto ! - Enfastiado

Portugal é uma País de fartos! Fartos, no sentido de aborrecidos do que fazem e do que são, alguns mais do que outros, eu inclusive, mas o que é certo é que este País onde habitamos é cinzento. Uns dizem que é a nossa herança cultural, outros culpam a economia e o nível de vida, ou ainda o facto de não terem dinheiro para ir de férias para a Republica Dominicana todos os fins-de-semana, eu acho que simplesmente é mesmo assim, ninguém pode, nem vai mudar isso, a malta gosta de se sentir deprimida e desgraçadinha, é o fado Português. Só nós é que tendo a possibilidade de criar um novo estilo musical, onde podíamos falar sobre qualquer coisa sendo que éramos os primeiros, escolhemos a desgraça, a perda e a saudade, como tema principal.

Por isso, e em solidariedade com todas pessoas que estão fartas de tudo neste dia, declaro que estou ENFASTIADO por contágio.


Tudo começou quando tive necessidade fazer uma peça (uma espécie de perche, para quem não sabe é um cabo com um microfone na ponta), para um projecto que estou a desenvolver com uns amigos, comprei um cabo extensível e dirigi-me a uma oficina na esperança de me ser prestada ajuda uma vez que nem todos temos o curso universal. Foi aqui que começou, ao ser atendido por um senhor com cara de quem estava ali cativo por um grupo de rebeldes que o obrigava a trabalhar dia e noite sem qualquer gratificação, tal era a disposição com que ele me encarava, “É lá... Hoje o dia até está a correr bem...”, pensei, enquanto lhe explicava o porquê de estar ali. Foi-me então indicado o homem responsável pelo trabalho que me poderia ajudar a resolver o meu problema, mais uma vez, fui acolhido como um punk numa casa de fados, do tipo, “o que é que este quer?", "vem para aqui fazer o quê?”, mais uma vez expliquei a minha situação, a qual tive a sensação de estar a ser ouvida, lá muito longe e baixinho, sendo que a primeira resposta foi “isso não dá porque é muito fraquinho...”, o que na minha insistência se transformou em “para a semana ou assim, apareça por cá e logo se tenta...”, pois, não duvido que o sujeito tivesse trabalho a fazer, mas a vontade de perder tempo com uma sucata de engenhoca que não interessa nem ao menino Jesus também era muito pouca, basicamente disse-me para desaparecer dali que ele tinha mais que fazer.


E bom lá fui eu á minha vida, tendo á saída proferido um “Então, obrigado e bom dia” cuja resposta em uníssono foi ....

Burn After Reading - ***

Para mim, mais um bom filme dos irmãos Cohen, que voltam depois do galardoado Este País Não É para Velhos, como uma comédia sobre o mundo da espionagem, de nome Destruir Depois De Ler (Burn After Reading), com elenco de luxo, explorado por quem o sabe fazer, esta é uma fita que narra a historia do agente da CIA Osbourne Cox (John Malkovich), que por ter um problema com a bebida é despromovido, pelos seus superiores, o que o leva a pedir a demissão. É então que tem a ideia de escrever as suas memorias enquanto procura um sentido para a sua vida, o que vai despoletar bastantes problemas entre ele e a sua mulher Katie (Tilda Swinton), levando definitivamente o casamento á ruptura, uma vez que Katie se encontrava secretamente com Harry Pfarrer (George Clooney, a lembrar Everet - Irmão Onde Estás? - , mas com o obsessão pelo jogging), um agente do tesouro norte-americano que nunca disparou a sua arma em serviço, sendo que afirma ser uma coisa que não se esquece e que quando for necessário sabe que o fará.

São essas memorias que depois de serem gravadas num cd por Katie, para assegurar a sua parte nas partilhas do casamento, que chegam ás mãos de Chad Felheimer (Brad Pitt), um instrutor de ginásio que ao vê-las e classificá-las de “spy shit”, e com a ajuda da sua colega Linda Litzke (Frances McDormand), uma mulher desesperada por conseguir dinheiro para uma série de operações plásticas que acredita lhe vão mudar a vida, decide chantagear Osbourne. Apesar de este ser uma material valioso o ex-agente da CIA não se deixa levar, não restando solução a Linda e Chad, senão levarem o disco aos Russos, onde pedem uma recompensa na promessa de lhe fornecerem mais informações valiosas, apesar dos instrutores de ginásio não as terem. Por isso, decidem entrar em casa de Osbourne a fim de procurar, é desta forma que Chad é surpreendido por Harry que tinha ido ter com Katie, que lhe dá um tiro, matando-o de imediato, que fica assustado depois de chegar á conclusão que se poderá tratar de um espião, entra em pânico. Mais tarde e já com Linda, que tinha conhecido a algum tempo atrás e com a qual mantinha um relacionamento amoroso, apercebe-se que o amigo desta que tinha desaparecido a alguns dias, era o mesmo a quem ele tinha metido um tiro entre os olhos, entrando em pânico, e acusando Linda de fazer parte de uma conspiração, desaparece. Depois de tudo isto, Ted, o patrão de Linda e na tentativa de a ajudar vai a casa de Osbourne para recolher informações, mas é apanhado pelo mesmo, que havia voltado depois de ter sido posto na rua pela mulher, que o mata em plena luz do dia.


No final, e com Chad e Ted mortos, Osbourne em estado vegetativo depois de levar um tiro de uma agente, enquanto atacava Ted, Harry preso a tentar fugir do País e Linda a negociar a sua cooperação em troca de financiamento para as suas plásticas, os superiores de Osbourne, tentam perceber o que se passou depois de todas estas trapalhadas, chegando á conclusão que não poderiam cometer o mesmo erro novamente, apesar de não saberem bem qual foi.

Vida de Piloto ! - Civismo


Este fim de semana, vi confirmadas as minhas suspeitas, de que vivo num sitio do terceiro mundo, não num País, não numa Aldeia, mas num sitio que pelos vistos não faz parte de uma Aldeia e por consequência do País onde essa aldeia se localiza. Outra das conclusões a que cheguei é que, as coisas são diferentes consoante o sítio onde se vive (não no sentido geral da palavra, mas no especifico, sitio de localização da sua casa apenas). É aqui que começa o propósito deste meu texto. Reza a historia que um dia, no ano do senhor de 2007 (faz-me lembrar a idade média, não sei porquê achei apropriado), fossem iniciadas as escavações para aquilo que seria o começo de uma nova era para os habitantes dos subúrbios da aldeia, numa obra que levaria á extinção das fossas privadas e esgotos a céu aberto, para que se passasse a viver melhor e com maior qualidade de vida, até aqui tudo parece bom e bonito, mas o que estes visionários do saneamento publico não contavam era com a resiliência de alguns habitantes desta aldeia, onde as coisas podem ser feitas sim senhor, desde que seja em beneficio directo do próprio, nunca em beneficio de outros. Diz-se por aí que Portugal sendo um país da união europeia é por consequência um dos países desenvolvidos do mundo, apesar disso, a região onde vivo, o grande Alentejo, é das mais pobres da Europa e das mais despojadas de infra-estruturas e de desenvolvimento, apesar de tudo isso, pergunto se “será pedir muito !?”, quando é negado o direito a alguém de ter esgotos apenas por capricho de outro, que depois de estar servido, (sendo que a única possibilidade era contar com a sua boa vontade e direito cívico), lhe veda a oportunidade de ter um dos serviços mais básicos e elementares das sociedades do século XX (1901-2000).

O Processão - #1



O Processão - #2



Ontem finalmente arranjei tempo para ver “ás pazadas”, quase todos os episódios que tinha perdido desta nova série dos Contemporâneos. Esta definitivamente é uma série de sketches humorísticos feita por gente que sabe e adora fazer comédia. Foi num destes episódios de qual semana já não me recordo, que encontrei este PROCESSÃO, dois sketches que representam realmente isso, critica social feita de maneira inteligente e com muita piada, um exemplo do bom humor que se faz por cá...

Long Live Prince John


Richard Lewis, com toda a certeza um dos maiores actores/stand-up comedian norte-americanos dos nossos tempos. A primeira vez que o ví devia ter aí uns 13 anos, no filme de Mel Brooks, Robin Hood: Men in Tights (1993), (fita onde também entram, o anos mais tarde reconhecido comediante Dave Chapelle no papel de Ahchoo, filho de Asneeze por Issac Hayes e o mítico Patrick Stewart na pele de Rei Ricardo entre outros), onde interpretava o papel de príncipe João, o mau da fita que luta contra o herói Robin, numa divertida sátira á lenda de Robin Hood contada como só Mel Brooks o sabe fazer , onde Lewis profere uma das frases que me tem acompanhado desde aí “And what sort of news do you have? It's not bad news, is it? You know I can't take bad news. The day started out so good. I had a good night's sleep, I had a good B.M. I don't want to hear any bad news. So, what kind of news is it?”. Até que passados vários anos e depois de algumas aparições aqui e ali, tendo praticamente desaparecido das luzes da ribalta, preferindo os palcos dos clubes de stand-up, onde havia começado vai para mais de trinta anos, mais precisamente em 1971 quando e depois de se tornar conhecido por escrever piadas para outros comediantes como Morty Gunty, teve finalmente coragem de utilizar as suas próprias palavras, subindo ao palco pela primeira vez no New York's Improvisation and Pips. E como tudo o que é realmente bom volta, aqui está ele novamente na TV depois de quinze anos de sobriedade e a mostrar o porquê de ser o Sr. Lewis da comédia, tanto na maravilhosa série do seu amigo de longa data Larry David, Calma Larry! (Curb Your Enthusiasm todos os dias no canal FX), como aos talk shows, aqui no programa de noticias fictícias Daily Show de Jon Stewart, no que em principio seria uma entrevista como tantas outras que já vimos, mas que se transforma num monólogo onde Lewis fala sobre politica, religião e disfunção sexual....


Entrevista no Daily Show com Jon Stewart – 15-10-2008




Robin Hood: Men in Tights (1993)